RESUMO: O ser humano é por natureza um produtor de discursos. A língua tem uma ordem própria e a
história tem o seu real afetado pelo simbólico (ORLANDI, 2009). O discurso político é mais complexo
porque passa por um julgamento ou é censurado por assessores e conselheiros antes de ser publicado. Por
isso fica escondida a realidade do indivíduo aparecendo em público as ideologias do grupo do qual o porta
voz pertence. A presente pesquisa analisou seis discursos do Presidente guineense José Vaz visando
explicar o uso dos pronomes ‘eu’ e ‘nós’ em discursos. Esses pronomes carregam significados linguísticos
que só podem ser explicados pela análise do discurso. Usando método bibliográfico/ documental se
observa que os discursos são elaborados tecnicamente e camuflam a realidade especialmente para a
camada populacional analfabeto (incluindo analfabetos funcionais). As análises fundamentam-se em
teorias sobre a Análise do discurso embasado em debates de Mikhail Bakhtin, Dominique Maingueneau,
Eni Orlandi, José Fiorin e Sírio Possenti. Na pesquisa se observa que há apagamento do “eu”
(personalidade individual) em prol da entidade “governo” e por vezes o “nós” se transforma em “povo
da Guiné-Bissau”, às vezes em “Governo”. Há nos discursos marcas de subjetividade que são traços de
quem não deseja ser explícito e compreensível. Num país com 59,9% de analfabetos (INE, 2018) não se
espera que os discursos elaborados sejam para essa camada populacional.
PALAVRAS-CHAVE: Discurso; Político; Análise; Pronomes; Sentido.
Para citar este artigo:
TIMBANE, Alexandre António; M'DAME, Emilson. Análise dos pronomes 'eu' e 'nós' nos discursos públicos do Presidente guineense José Mário Vaz.Revista Interletras. v.8, nº 29, p.1-16, abr. 2019. Disponível em: https://www.unigran.br/interletras/conteudo/artigos/2.pdf Acesso em: dia, mês, ano.
Para visitar a Revista Interletras: https://www.unigran.br/interletras/artigos.php
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