sexta-feira, 25 de setembro de 2020

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

domingo, 20 de setembro de 2020

A educação em contextos multilíngues nos PALOP: Avanços e caminhos para o ensino da Língua Portuguesa

A educação em contextos multilíngues nos PALOP: Avanços e caminhos para o ensino da Língua Portuguesa 

RESUMO: Nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) circulam diversas línguas: línguas africanas (do grupo bantu, do grupo khoisan e crioulos), línguas asiáticas e línguas europeias. Das línguas europeias se destaca o português que é a língua oficial e, consequentemente do ensino. As línguas africanas são línguas maternas para a grande maioria dos alunos nos PALOP. O português é aprendido na escola como segunda ou terceira língua, o que torna obstáculo para a progressão com sucesso nas diversas disciplinas curriculares ministradas em português, desde o ensino primário até ao médio. Os alunos se deparam com um choque linguístico que desafia as metodologias de ensino do português mesmo após vários anos de formação. Em alguns casos, as dificuldades do domínio do português provocam evasão escolar ou até reprovações em massa. O português dos PALOP é diferente do português de Portugal, do Brasil e de Timor Leste. As variedades do português faladas nos PALOP têm características próprias, mas que os estudos dessas variedades ainda não se consolidaram para a publicação de dicionários e gramáticas. Daí que se questiona: que gramática a ensinar na escola nessa situação e qual léxico a considerar na expressão e comunicação oral e escrita nesse contexto? Quais as metodologias de ensino nessa situação em que a língua de casa é diferente da língua da escola? Esta mesa-redonda desafia estes questionamentos analisando os avanços já alcançados e propondo caminhos para esta problemática contribuindo para um ensino de português com qualidade e com sucessos nos PALOP. Será um momento de reflexão crítica (positiva e negativa) dos programas de ensino de português, criando perspectivas para uma educação sem preconceito linguístico e inclusiva. É uma mesa que procura caminhos para que o ensino do português não seja empecilho na progressão dos alunos, mas sim um instrumento de abertura e de contato com os próprios PALOP e com o mundo. Pensar numa educação linguística de qualidade em contexto multilíngue é pensar no desenvolvimento da sociedade e na busca da melhoria da qualidade de ensino nas escolas dos PALOP.

Palavras-Chave: Ensino; Multilinguismo; Língua Portuguesa; Metodologias; PALOP






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Políticas linguísticas e descrição das línguas africanas no século XXI: Caminhos e perspectivas

 Políticas linguísticas e descrição das línguas africanas no século XXI: Caminhos e perspectivas

participantes


Resumo: A África tem uma diversidade linguística riquíssima, mas as políticas linguísticas adotadas pelos países membros, no período pós-independências ofuscaram e apagaram o valor das línguas autóctones em prejuízo das línguas dos colonizadores europeus. Por outro lado, os crioulos que surgiram ainda não têm nenhum status embora sendo língua das maiorias. Traços das línguas africanas estão presentes no português brasileiro e na expressão da cultura. A presente mesa-redonda visa debater criticamente as políticas linguísticas dos países africanos, descrever o destino que as diversas línguas autóctones caminham no séc. XXI. A mesa analisará as influências dessas línguas africanas tanto na formação do português brasileiro quanto na identidade cultural brasileira. Sabendo que as diversas línguas correm o perigo de extinção e a necessidade de uso e ensino das línguas locais na África torna-se necessário debater esta temática focando caminhos e propostas que possam contribuir para tomada de políticas públicas e linguísticas que defendam e protejam essas línguas, tal como a Declaração Universal do Direitos Linguísticos (1996) sugere e orienta.

 

Palavras-chave: Política linguística; Línguas africanas; Influências; Cultura

 

As linguas nativas de Angola: politica, planificação e direitos linguisticos

VIDEO: As linguas nativas de Angola: politica, planificação e direitos linguisticos

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA

Artigo 19.º 

(Línguas) 

1. A língua oficial da República de Angola é o português. 

2. O Estado valoriza e promove o estudo, o ensino e a utilização das demais línguas de Angola, bem como das principais línguas de comunicação internacional. 

A educação afrocêntrica como caminho para a reconstrução e manutenção da riqueza linguística

 A educação afrocêntrica como caminho para a reconstrução e manutenção da riqueza linguística africana (assista o VIDEO)

Resumo: África é um continente multilíngue em que em espaços geográficos reduzidos convivem diversas línguas. Essa diversidade linguística africana não possui estatuto de oficialidade em diversos países. No caso dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), o português é a única língua oficial no meio de mais de quatro dezenas de línguas do grupo bantu e khoisan. Nasceram nestes espaços variedades africanas do português que ainda não foram reconhecidas. Sabe-se que a variedade europeia de português cria impasses e provoca reprovações nas escolas. Nos PALOP ainda não tem dicionários das variedades locais nem gramáticas, daí que há necessidade urgente para a normalização dessas variedades. Com relação às línguas de origem africana há uma necessidade urgente da sua oficialização especialmente nas localidades onde são faladas. Assim estaremos revitalizando-as, divulgando aos mais novos por meio de ensino para além de respeitar a Declaração Universal dos Direitos Linguísticos (1996). Apagar a língua do sujeito é quebrar com a identidade do sujeito. A educação afrocêntrica deve começar pelo ensino das línguas locais. Ki-Zerbo (2006) questionando sobre "Para quando África?" defende que "o problema das línguas é fundamental, porque diz respeito à identidade dos povos. E a identidade é necessário, tanto para o desenvolvimento quanto para a democracia. As línguas também dizem respeito à cultura, aos problemas da nação, à capacidade de imaginar, à criatividade." (Ki-Zerbo, 2006, p.73). Uma educação afrocêntrica valoriza as línguas locais, valoriza as tradições e a cultura do povo no qual o estudante está inserido.