É um blogue acadêmico que se interessa por questões ligadas a educação e linguística em países africanos em especial dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). O blogue compartilha pesquisas e trabalhos que discutem a política e o planejamento linguísticos e o ensino defendendo que "a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo"(Nelson Mandela)
sábado, 26 de setembro de 2020
sexta-feira, 25 de setembro de 2020
O portugues angolano existe?
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=954088431764125&id=100014889305687
segunda-feira, 21 de setembro de 2020
CÁTEDRA "PORTUGUÊS LÍNGUA SEGUNDA E ESTRANGEIRA
CÁTEDRA "PORTUGUÊS LÍNGUA SEGUNDA E ESTRANGEIRA
Bibliografia sobre o Português de Moçambique (a partir de 1964)
Organização: Perpétua Gonçalves e Francisco Vicente
domingo, 20 de setembro de 2020
A educação em contextos multilíngues nos PALOP: Avanços e caminhos para o ensino da Língua Portuguesa
moderador(a)
RESUMO: Nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) circulam diversas línguas: línguas africanas (do grupo bantu, do grupo khoisan e crioulos), línguas asiáticas e línguas europeias. Das línguas europeias se destaca o português que é a língua oficial e, consequentemente do ensino. As línguas africanas são línguas maternas para a grande maioria dos alunos nos PALOP. O português é aprendido na escola como segunda ou terceira língua, o que torna obstáculo para a progressão com sucesso nas diversas disciplinas curriculares ministradas em português, desde o ensino primário até ao médio. Os alunos se deparam com um choque linguístico que desafia as metodologias de ensino do português mesmo após vários anos de formação. Em alguns casos, as dificuldades do domínio do português provocam evasão escolar ou até reprovações em massa. O português dos PALOP é diferente do português de Portugal, do Brasil e de Timor Leste. As variedades do português faladas nos PALOP têm características próprias, mas que os estudos dessas variedades ainda não se consolidaram para a publicação de dicionários e gramáticas. Daí que se questiona: que gramática a ensinar na escola nessa situação e qual léxico a considerar na expressão e comunicação oral e escrita nesse contexto? Quais as metodologias de ensino nessa situação em que a língua de casa é diferente da língua da escola? Esta mesa-redonda desafia estes questionamentos analisando os avanços já alcançados e propondo caminhos para esta problemática contribuindo para um ensino de português com qualidade e com sucessos nos PALOP. Será um momento de reflexão crítica (positiva e negativa) dos programas de ensino de português, criando perspectivas para uma educação sem preconceito linguístico e inclusiva. É uma mesa que procura caminhos para que o ensino do português não seja empecilho na progressão dos alunos, mas sim um instrumento de abertura e de contato com os próprios PALOP e com o mundo. Pensar numa educação linguística de qualidade em contexto multilíngue é pensar no desenvolvimento da sociedade e na busca da melhoria da qualidade de ensino nas escolas dos PALOP.
Palavras-Chave: Ensino; Multilinguismo;
Língua Portuguesa; Metodologias; PALOP
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Políticas linguísticas e descrição das línguas africanas no século XXI: Caminhos e perspectivas
Políticas linguísticas e descrição das línguas africanas no século XXI: Caminhos e perspectivas
participantes
Alexandre António Timbane
Nelsa João Nhantumbo
Manuel da Silva Domingos
Artinésio Widnesse Saguate
Eduardo David Ndombele
Resumo: A África tem
uma diversidade linguística riquíssima, mas as políticas linguísticas adotadas
pelos países membros, no período pós-independências ofuscaram e apagaram o
valor das línguas autóctones em prejuízo das línguas dos colonizadores
europeus. Por outro lado, os crioulos que surgiram ainda não têm nenhum status
embora sendo língua das maiorias. Traços das línguas africanas estão presentes
no português brasileiro e na expressão da cultura. A presente mesa-redonda visa
debater criticamente as políticas linguísticas dos países africanos, descrever
o destino que as diversas línguas autóctones caminham no séc. XXI. A mesa
analisará as influências dessas línguas africanas tanto na formação do
português brasileiro quanto na identidade cultural brasileira. Sabendo que as
diversas línguas correm o perigo de extinção e a necessidade de uso e ensino
das línguas locais na África torna-se necessário debater esta temática focando
caminhos e propostas que possam contribuir para tomada de políticas públicas e
linguísticas que defendam e protejam essas línguas, tal como a Declaração
Universal do Direitos Linguísticos (1996) sugere e orienta.
Palavras-chave:
Política linguística; Línguas africanas; Influências; Cultura
As linguas nativas de Angola: politica, planificação e direitos linguisticos
VIDEO: As linguas nativas de Angola: politica, planificação e direitos linguisticos
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Artigo 19.º
(Línguas)
1. A língua oficial da República de Angola é o português.
2. O Estado valoriza e promove o estudo, o ensino e a utilização das demais línguas de Angola, bem como das principais línguas de comunicação internacional.
A educação afrocêntrica como caminho para a reconstrução e manutenção da riqueza linguística
A educação afrocêntrica como caminho para a reconstrução e manutenção da riqueza linguística africana (assista o VIDEO)
Resumo: África é um continente multilíngue em que em espaços geográficos reduzidos convivem diversas línguas. Essa diversidade linguística africana não possui estatuto de oficialidade em diversos países. No caso dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), o português é a única língua oficial no meio de mais de quatro dezenas de línguas do grupo bantu e khoisan. Nasceram nestes espaços variedades africanas do português que ainda não foram reconhecidas. Sabe-se que a variedade europeia de português cria impasses e provoca reprovações nas escolas. Nos PALOP ainda não tem dicionários das variedades locais nem gramáticas, daí que há necessidade urgente para a normalização dessas variedades. Com relação às línguas de origem africana há uma necessidade urgente da sua oficialização especialmente nas localidades onde são faladas. Assim estaremos revitalizando-as, divulgando aos mais novos por meio de ensino para além de respeitar a Declaração Universal dos Direitos Linguísticos (1996). Apagar a língua do sujeito é quebrar com a identidade do sujeito. A educação afrocêntrica deve começar pelo ensino das línguas locais. Ki-Zerbo (2006) questionando sobre "Para quando África?" defende que "o problema das línguas é fundamental, porque diz respeito à identidade dos povos. E a identidade é necessário, tanto para o desenvolvimento quanto para a democracia. As línguas também dizem respeito à cultura, aos problemas da nação, à capacidade de imaginar, à criatividade." (Ki-Zerbo, 2006, p.73). Uma educação afrocêntrica valoriza as línguas locais, valoriza as tradições e a cultura do povo no qual o estudante está inserido.