A educação afrocêntrica como caminho para a reconstrução e manutenção da riqueza linguística africana (assista o VIDEO)
Resumo: África é um continente multilíngue em que em espaços geográficos reduzidos convivem diversas línguas. Essa diversidade linguística africana não possui estatuto de oficialidade em diversos países. No caso dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), o português é a única língua oficial no meio de mais de quatro dezenas de línguas do grupo bantu e khoisan. Nasceram nestes espaços variedades africanas do português que ainda não foram reconhecidas. Sabe-se que a variedade europeia de português cria impasses e provoca reprovações nas escolas. Nos PALOP ainda não tem dicionários das variedades locais nem gramáticas, daí que há necessidade urgente para a normalização dessas variedades. Com relação às línguas de origem africana há uma necessidade urgente da sua oficialização especialmente nas localidades onde são faladas. Assim estaremos revitalizando-as, divulgando aos mais novos por meio de ensino para além de respeitar a Declaração Universal dos Direitos Linguísticos (1996). Apagar a língua do sujeito é quebrar com a identidade do sujeito. A educação afrocêntrica deve começar pelo ensino das línguas locais. Ki-Zerbo (2006) questionando sobre "Para quando África?" defende que "o problema das línguas é fundamental, porque diz respeito à identidade dos povos. E a identidade é necessário, tanto para o desenvolvimento quanto para a democracia. As línguas também dizem respeito à cultura, aos problemas da nação, à capacidade de imaginar, à criatividade." (Ki-Zerbo, 2006, p.73). Uma educação afrocêntrica valoriza as línguas locais, valoriza as tradições e a cultura do povo no qual o estudante está inserido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário