domingo, 17 de novembro de 2019

Educação em Moçambique: a política do assimilado trilhando o caminho de privilegio da língua portuguesa no ensino


Educação em Moçambique: a política do assimilado trilhando o caminho de privilegio da língua portuguesa no ensino


Texto da Sheila Perina de Souza publicado na Revista Crítica Educativa (Sorocaba/SP), v. 5, n. 1, p. 77-91, jan./jun.2019. 

Este artigo reflete sobre o sistema de ensino Moçambicano, focalizando o período colonial. Moçambique é um país multilíngüe, com mais de 20 línguas de origem bantu. Apesar disso, só recentemente essas línguas têm sido implantadas no ensino. A língua portuguesa, desde o período colonial, goza de um status privilegiado no ensino, sendo a principal para o ensino. A partir de uma revisão bibliográfica e da contextualização educacional linguística, temos como objetivo principal evidenciar pontos na história educacional que culminaram no atual status da língua portuguesa como a principal para o ensino. Inicialmente, discutimos a incoerência da classificação de Moçambique como um país lusófono, sendo esse um instrumento da lusitanização (SEVERO; MARKONI, 2015), presente também na educação. Posteriormente, refletimos sobre o estabelecimento tardio do sistema de ensino oficial em Moçambique, à luz de Mazula (1995), Mondlane (1969) e Gasperini (1989). Também discutimos o lugar da língua portuguesa e das línguas bantu moçambicanas no sistema de ensino colonial, que pretendia levar a desafricanização das crianças. Nossa hipótese é que a política de assimilação construída por meio do Estatuto do Indigenato (1929-1961) moldou o sistema escolar no período colonial. Consideramos que a política de assimilação disponibilizou um modelo cultural e linguístico, um modelo de civilização fundado na utilização do português e na minorização das línguas bantu, que contribui para o privilégio da língua portuguesa no ensino em Moçambique ainda na atualidade. 

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

O PAPEL DO KRIOL NAS NARRATIVAS GUINEENSES: ASPECTOS SÓCIO-HISTÓRICOS


Bernardo Alexandre Intipe
Alexandre António Timbane

Resumo
A Guiné-Bissau é um país lusófono da África Ocidental. O português é a única língua oficial. O kriol é uma língua falada pela maioria da população embora houvesse mais de dez etnias e línguas distribuídas de forma desigual pelo país. O kriol é considerada língua de unidade nacional pelo fato de ser uma língua de entendimento entre as mais de dez etnias que concorrem para o mesmo número de línguas. Neste trabalho propõe-se discutir as narrativas provenientes das mandjuandadi, das canções e das músicas criadas como instrumentos de divulgação da mensagem de luta e da transmissão dos valores das tradições. A pesquisa visa discutir a importância dessas narrativas na formação da identidade guineense. Usando algumas canções e poemas se conclui que o kriol é a língua nacional guineense e identifica o povo culturalmente. Conclui-se ainda que essas narrativas foram formas de transmissão de conhecimentos da cultura que transformaram a Guiné-Bissau num Estado soberano e com identidade próprias. São narrativas de ascensão cultural, de identidade e de orgulho de ser guineense cuja sua essência se mistura com os provérbios

domingo, 3 de novembro de 2019

Os “segredos” socioculturais por detrás dos nomes da etnia bakongo: a língua e a cultura em debate


Resumo: Há sociedades em que o fenômeno linguístico ‘nome’ recebe um grande respeito. Isso acontece porque a atribuição do nome é cultural e surge da necessidade socioantropológica do ser humano. Atribuímos nomes a seres animados e inanimados, visíveis e invisíveis a todo momento (TIMBANE & COELHO, 2018). A cultulinguística estuda as relações entre a cultura e linguística de um povo ou grupo étnico. A presente pesquisa visa analisar e discutir a atribuição do nome na cultura dos Bakongo de Angola. É uma pesquisa bibliográfica que, a partir da busca e coleta de informações dos pais, avós e anciões, buscou compreender os significados que o nome carrega. Após análise concluiu-se que o nome carrega elementos da cultura para além de transmitir uma identidade sociocultural Bakongo. 

Palavras-chave: Nome; Cultura; kikongo; Bakongo; tradição. 



sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Mural acadêmico-profissional

Prof. Dra. Eliana, Prof. Dr. Manuel e Prof. Leyva

Agradecendo a visita do Prof. Manuel da Silva Domingos (Univ. Agostinho Neto)
Homenagem dos alunos do Curso de Letras /UNILAB/Malês (30 set.2019)

Alunos posando com Prof. Manuel 
Palestra do Prof. Manuel
Prof. Pansau e Prof. Rajabo
Palestra do Prof. Paul (Universidade de Sheffield)
Músico Naka fazendo falar o klin-klin (bem haja a música da Guiné-Bissau)

LEIS DE BASE DO SISTEMA EDUCATIVO DA GUINE-BISSAU



Fonte: Imagens da internet

terça-feira, 8 de outubro de 2019

O Kikongo e a cultura do povo Bakongo: a cultulinguística nos nomes próprios.




Fonte: Imagens da internet

CUIDANDO DE SAÚDE EM GITONGA E PORTUGUÊS – RUMO A UM DICIONÁRIO DE ESPECIALIDADE





A CULTURA HIP-HOP E OS ANGOLANISMOS LEXICO-SEMANTICOS EM YANNICK AFROMAN: A LÍNGUA E A CULTURA EM DEBATE




sábado, 3 de agosto de 2019

RECENSEAMENTO POPULACIONAL 2014_ANGOLA



Os Resultados Definitivos do Censo 2014, mostram que em 16 de Maio de 2014, a população residente em Angola era de 25 789 024 de habitantes, dos quais 12 499 041 do sexo masculino (48% da população total residente) e 13 289 983 do sexo feminino (52% da população total residente).

A província de Luanda é a mais habitada, com 6 945 386 de residentes. A província do Bengo, com 356 641, é a província onde residem menos pessoas. 

A Esperança de Vida total em Angola é de 60.2 anos. Para os homens a Esperança de Vida é 57.5 enquanto que para as Mulheres ela é de 63.0.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

LDB DA EDUCAÇÃO DE MOÇAMBIQUE E INDICADORES



Fonte: Imagens da Internet


"Moçambique está pronta para cumprir com a meta dos Objectivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) de 100 por cento de ingressos no ensino primário. A conquista terá impacto limitado se o ensino ao qual os alunos têm acesso não tiver qualidade. A qualidade do ensino determinará de forma crítica se a promessa da prosperidade da recém-descoberta riqueza mineral será compartilhada entre todos os Moçambicanos e se o crescimento econômico ficará concentrado nas indústrias extractivas, enquanto a inovação, educação e formação permanecem subdesenvolvidas."

segunda-feira, 15 de julho de 2019

MURAL FOTOGRÁFICO_EVENTOS ACADEMICOS

Com Prof. Salikoko Mufwene e Prof. Pierre François Georges Guisan
(ABRALIN, 2017)

Com Prof. Dagoberto Fonseca (Catalão, 2017)
(I Congresso das Africanidades)

Prof. Hildo Couto (ecolinguisticando)
(ABRALIN, 2017)

Estudantes moçambicanos na UNICAMP (2017)

Congresso da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (UNICAMP, 2017)

Leitor assíduo da UNESP-Araraquara

Posando com a Profa. Maria José, Profa. Maria Helena de Moura Neves

Com Prof. Mounir (Sfax, Tunisia)
Congresso da Linguística Forense

Com Profa. Letícia Ponso e Prof. Alan Baxter  

Discutindo linguística

domingo, 14 de julho de 2019

O multilinguismo em Moçambique e as questões de interpretação forense: a (in)justiça camuflada p.217-235

p.217-235

XXVII Encontro Associação das Universidades de Língua Portuguesa


CAMPINAS, BRASIL, 2017

ESTUDO COMPARATIVO SOBRE AS ESCOLHAS LEXICAIS NO PORTUGUÊS MOÇAMBICANO E BRASILEIRO: O CASO DOS VERBOS E SUBSTANTIVOS COMUNS


ESTUDO COMPARATIVO SOBRE AS ESCOLHAS LEXICAIS NO PORTUGUÊS MOÇAMBICANO E BRASILEIRO: O CASO DOS VERBOS E SUBSTANTIVOS COMUNS

Resumo: O léxico de uma língua é reflexo dos traços e marcas socioculturais do povo que a utiliza. O presente trabalho analisa as diferenças das escolhas lexicais no Português Brasileiro e no Português moçambicano. A pesquisa definiu os conceitos de léxico, explicou a influência da cultura nas escolhas e demonstrou os aspectos culturais e linguísticos que condicionam as variações linguísticas. O aporte teórico que sustentou a pesquisa baseia-se nos estudos de Bagno (2014), de Perini (2004), de Hall (2011), de Saussure (1995). Para a obtenção de dados distribui-se um questionário (via facebook) para vários inquiridos nos dois países. O questionário abordava as escolhas lexicais de verbos e substantivos. Da pesquisa se concluiu que as escolhas lexicais são condicionadas pela formação cultural e linguística do ser falante de uma determinada comunidade, pois o sistema linguístico permite a união e a intercompreensão entre falantes da lusofonia, mas existem características linguísticas específicas que não podem ser transferidas para outra variedade, porque a língua é cultura e o léxico só é compreendido semanticamente dentro do espaço geográfico onde ocorre.

Para citar este artigo:
SANTOS, I. S. ; TIMBANE, A. A. . Estudo comparativo sobre as escolhas lexicais no português moçambicano e brasileiro: o caso dos verbos e substantivos comuns. LINGU@ NOSTR@ - REVISTA VIRTUAL DE ESTUDOS DE GRAMÁTICA E DE LINGUÍSTICA, v. 4, p. 23-43, 2016.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Notícias de linguística e educação em África (24/06/2019)



Foto: IILP (24/06/2019)

O cabo-verdiano é uma língua interessantíssima. No entanto, ainda corre por aí a ideia de que é uma língua incompleta, uma forma limitada de falar — ou então uma língua pouco útil. Será assim?

Novos Olhares para a Linguística e Literatura
Ebook


Política linguística na África lusófona e a revitalização das línguas autóctones: 40 anos após as independências


AS NOVAS ROTAS DA GLOBALIZAÇÃO: 
debates e mudanças em pauta

Autores: Alessandro Rezende da Silva - Gilberto Paulino de Araújo (Org.)


Timbane, Alexandre António. Política linguística na África lusófona e a revitalização das línguas autóctones: 40 anos após as independências. p. 57-78.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Língua e cultura em contexto multilingue: um olhar sobre o sistema educativo em Moçambique


No presente texto pretendo fazer uma revisão bibliográfica à volta das principais questões ligadas à educação e ao ensino-aprendizagem em Moçambique no que concerne o ensino primário e secundário geral. Interessa-me sobretudo analisar três questões que julgo cruciais para a educação escolar em Moçambique, a saber: a) A definição da política linguística, b) as línguas e o sistema educativo e, c) O ensino-aprendizagem num contexto multilingue e plurilingue. Essas três questões que são amplamente abordadas por estudiosos e universitários na área da linguística e da sociolinguística devem, a meu ver, contribuir para uma reflexão à volta do que é preciso mudar ou melhorar no sistema educativo em Moçambique, para que o sucesso escolar não seja uma utopia. Servir-me-ei de conceitos como, multilinguismo, plurilinguismo, pluricultura e intercultura, cruzando deste modo as áreas da linguística, da sociolinguística e da antropologia cultural, para tentar verificar sob que prisma os textos que escolhi para minha análise (Menezes, 2013; Timbane, 2014; Henriksen, 2017; Noa, 2017) abordam a questão da educação em Moçambique. Palavras-chave: Política linguística. Multilinguismo. Plurilinguismo. Intercultura e Educação.

Educar em Revista, Curitiba, Brasil, v. 34, n. 69, p. 17-32, maio/jun. 2018

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Acordo Ortográfico cai no esquecimento em Angola e Moçambique?


O escritor Agualusa afirma: "[O Acordo Ortográfico] só não está oficializado em Angola e em Moçambique por várias razões, sobretudo por incompetência dos governos locais."
O escritor acrescenta: "...no século XIX, a sociedade luandense era bilingue. Mesmo os portugueses, quando se fixavam em Luanda, tinham de aprender a falar kimbundu. Havia jornais escritos em kimbundu e hoje o kimbundu está em declíneo..."

Fonte: Imagens da Internet

sábado, 15 de junho de 2019

A PROBLEMÁTICA DO ENSINO DA ESCRITA DO PORTUGUÊS EM MOÇAMBIQUE: DA TEORIA À PRÁTICA DO PROFESSOR


Este artigo é da

 SEDA - Revista de Letras da Rural/RJ

Foto: Imagens da internet (2019)

Autores do artigo: Florinda Zacarias Muhate Uaeca e Alexandre António Timbane

A escrita é muito complexa. Trata-se de uma língua com características bem diferentes da língua oral. Um som como /z/ é representado pelas letras s, z, x. As letras do alfabeto são códigos, por isso um escritor deve saber codificar e o leitor deve saber decodificar. A leitura é um ato de decodificar códigos. Por isso é necessário pensar quais as metodologias que possam ajudar o aluno na aprendizagem.

Para baixar o artigo clique  Aqui mesmo

Para citar este artigo: 
UAECA, Florinda Zacarias Muhate; TIMBANE, Alexandre António. A problemática do ensino da escrita do português em Moçambique: da teoria àprática do professor. Seda-Revista de Letras da Rural. Seropédica, RJ, v.3, n.9, p.96-119, 2018.

II Encontro Internacional de Cultura, Linguagens e Tecnologias do Reconcavo


domingo, 19 de maio de 2019

METODOLOGIA DE TRABALHO CIENTÍFICO

Quem tem dificuldades com as normas da ABNT? Quem tem dúvidas na elaboração de trabalhos acadêmicos? Esse problema vai acabar porque o blogue que vou sugerir vai resolver. Saibam tudo sobre a Metodologia de Trabalho Científico. Neste blogue que estou recomendando tem muitos livros de metodologia que podem ser baixados gratuitamente. Não há desculpa de não ter livros. Aproveitem.
Para baixar livros de Metodologia de Trabalho Científico entre no Forum academicos

Disponho-me para sanar dúvidas. Basta comentar aqui no blogue.


terça-feira, 7 de maio de 2019

Mural fotográfico e algumas lembranças acadêmico-profissionais


Grupo de Estudos "União Africana"(UNESP,Araraquara)
 Grupo de estudantes africanos (UFSC)
 Pessoal da Biblioteca da UNILAB (Bahia)
 Encontro com Prof. Louis-Jean Calvet (Belém do Pará)
 Congresso da ABRALIN (UFF, Rio de Janeiro)
 Prof.João e Profa Clotilde em Araraquara (UNESP)
 Time da UFG(Catalão)
 Banca de defesa do Doutorado (UNESP, 2013)
 Defesa (UNILAB, Bahia)
 Defesa (UFG, Goiania)
 Ex-orientados (UNILAB, Bahia)
 Ex-Cadetes da Polícia de Moçambique
 Família Rosane Berlinck (Orientandos)
Evento "Africanidades" (UFG, Catalão)