terça-feira, 21 de maio de 2013

Lingua portuguesa em África

Moçambique: Língua portuguesa em África debatida em Maputo Fonte: Escritores, professores, investigadores, jornalistas e empresários participam a 15 de setembro, em Maputo, Moçambique, num colóquio sobre questões relativas à língua portuguesa em África, organizado pela cátedra de Português Língua Segunda e Estrangeira da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), criada no âmbito de um protocolo de cooperação com o Instituto Camões. O colóquio conta com a presença dos escritores Luis Bernardo Honwana, autor de Nós Matámos o Cão Tinhoso (1964), que proferirá uma conferência com o tema ‘Português: Língua de fazer Moçambique’, e Ungulani Ba Ka Khosa, autor de Ualalapi (1987), uma das mais importantes obras de ficção moçambicanas pós-independência, que fará parte do painel de intervenientes na mesa redonda que se debruçará sobre a ‘Monitorização do processo de nativização do Português em Moçambique’. A investigação do português como língua não materna em Moçambique está entre os objetivos da cátedra de Português Língua Segunda e Estrangeira da UEM, criada em 2009, que no seu recém-criado sítio na internet aloja «a primeira base de dados, informatizada, de neologia de uma variedade africana do português, o ‘Observatório de Neologismos do Português de Moçambique’, onde os visitantes podem encontrar um conjunto amplo de novas palavras, não dicionarizadas, criadas pelos falantes moçambicanos». Moderada pela regente da cátedra, a professora universitária Perpétua Gonçalves, especialista da língua portuguesa em Moçambique, a mesa redonda contará com a presença das professoras universitárias Marisa Mendonça, Maria João Diniz e Cristina Tembe, dos estudiosos de comunicação Cremilda Massingue e David Magaia, do jornalista Emílio Manhique e do empresário Kekobad Patel. Do programa do colóquio, em cuja sessão de abertura intervirão, além da responsável da cátedra, o ministro da Ciência e Tecnologia de Moçambique, Venância Massingue, e o reitor da UEM, Orlando Quilambo, consta um café-conferência com o professor universitário brasileiro Carlos Faraco sobre ‘A língua portuguesa no contexto internacional: perspetivas e impasses’, moderado pelo investigador moçambicano Gregório Firmino. ‘A língua portuguesa como fator de desenvolvimento nacional e afirmação internacional – que desafios?’ será o tema da conferência do professor universitário Lourenço do Rosário, presidente Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa, com sede em Maputo, moderada por Inês Machungo, professora da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da UEM e coordenadora do Observatório de Neologismos do Português de Moçambique. O português é hoje a língua materna de 10,7 % da população de Moçambique, que tem nos restantes 89,3 % as línguas bantu como idioma materno, segundo dados relativos a 2007, citados numa comunicação feita em maio por Perpétua Gonçalves. A língua portuguesa é conhecida por metade da população moçambicana (50,37%), num universo de 16.370.769 indivíduos com mais de 5 anos de idade, principalmente nos meios urbanos, onde é dominada por 80,85% dos recenseados, de acordo com os quadros em bruto do censo geral realizado em 2007 no país. Por grupos etários, só do escalão dos 45-49 anos para cima é sempre maior o número dos que não sabem falar português do que o contrário. Por sexos, na população em geral, o domínio do português é de 59,88 % entre os homens e de 41,65 entre as mulheres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário